terça-feira, 17 de novembro de 2009

2º Seminário "Cidadania e Redes Digitais" - Mesa 4/6

A Mesa 4 - Web semântica, interatividade e cidadania introduziu e problematizou o conceito de web semântica: uma web que não depende exclusivamente do comando de seres humanos, mas onde as máquinas também têm participação ativa na interpretação da informação contida na rede. Em outras palavras, algumas práticas seriam automatizadas, pois os computadores seriam capazes de tomar decisões por nós baseados na codificação de arquivos.



Mesa 04
Carlos Cecconi, do escritório do W3C Brasil (World Wide Web Consortium) abriu a mesa contando brevemente a história da World Wide Web, segundo ele idealizada e criada por Tim Berners-Lee, do CERN, em 1989. Cecconi esclareceu que o papel do W3C é desenvolver protocolos e diretrizes para a Web que conduzam-na ao seu potencial máximo, baseando-se em seus quatro princípios básicos: web para todos; web em qualquer dispositivo; web como base de conhecimento; e web confiável e segura. Cecconi finalizou sua apresentação diferenciando a web sintática - composta de regras e formalidades - da web semântica - que são interpretações e inferências.

A mesa seguiu com a discussão filosófica do Prof. Henrique Antoun, da UFRJ. Ainda que tenha declarado-se um entusiasta da web semântica, Henrique fez uma colaboração muito importante para a mesa: coube a ele o papel de problematizar a web semântica. A preocupação do prof. Antoun circunda a seguinte pergunta: se a web semântica proporciona uma web auto-consciente, quem controlará essa auto-consciência? De que modo a multidão terá controle sobre a web semântica, ou será que iremos viver em uma grande paranóia policial? Adepto de estudos fenomenologistas, o prof. Antoun travou consigo mesmo - e com suas referências bibliográficas - um alto embate conceitual sobre o que é consciência.

Quem encerrou - e muito bem - a mesa foi Jomar Silva, desenvolvedor e ativista do padrão ODF (OpenDocument Jomar SilvaFormat), com participação na ODF Alliance Latin America, na ABNT e no OASIS ODF TC, o comitê internacional que desenvolve o padrão ODF. Jomar comparou a formatação dos documentos da suíte de escritório Microsoft Office com hieroglifos digitais, que apenas uma elite tem acesso à sua decodificação. Já os padrões abertos envolvem um processo de elaboração transparente e participativo, são disponíveis a qualquer um que queira acessá-los ou modificá-los, são livres de royalties e não apresentam limites à sua utilização. Jomar concluiu sua apresentação dizendo que optar por um padrão aberto não é uma mera questão de tecnologia: "quem controla o padrão, controla a informação e a comunicação", controla-se quem e quando se acessa essa informação.

Siga Jomar no Twitter: @homembit

Mais informações sobre essa mesa por Gabriela Agustini no blog Cidadania e Redes Digitais.

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