sábado, 24 de outubro de 2009

História da Internet: panorama da história da Internet


Por fins de adequação ao programa desta disciplina, não iremos comentar passo a passo da evolução da internet desde a década de 1960 até sua popularização na década de 1990. São diversas as instituições envolvidas, os protocolos e sistemas desenvolvidos, e conseqüentemente os erros e acertos de cada iniciativa. Iremos apenas pincelar alguns eventos mais significativos para a consolidação da internet tal como a conhecemos hoje.



Descrever a criação da internet é bastante interessante, principalmente pelo fato de que não há uma data em que podemos dizer: “neste dia, a internet foi criada”. Há uma série de marcos importantes ao longo de quatro décadas que definem a internet como a conhecemos hoje. Desde a década de 1960, diversos programas de pesquisa voltaram esforços para o desenvolvimento de ligações de redes entre computadores fisicamente distantes, liderados pela Agência para Projetos em Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa dos Estados Unidos – DARPA, principalmente no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e na University of California em Los Angeles (UCLA). Os primórdios da internet estão de alguma forma relacionados à Guerra Fria: por um lado, os Estados Unidos estavam na corrida tecnológica com a União Soviética, donde um canal de comunicação entre os pólos científicos fisicamente distantes seria um passo à frente; por outro lado, descentralizar informações confidenciais do governo é uma estratégia de defesa importante, pois diminui o risco de perda dessas informações. Muito se fala sobre isso, mas para não correr o risco de especulações ideológicas – visto que não temos fontes confiáveis sobre esse tema – iremos centrar nossa atenção mais em aspectos técnicos da implementação da internet no mundo.


Ainda na década de 1960, não existia um protocolo de comunicação entre computadores unificado, o que tornava a interconexão entre diferentes terminais pouco produtiva. Havia, no contexto da DARPA, uma rede com três terminais: um no System Development Corporation (SDC) em Santa Monica, um na University of California em Berkeley e outro no já citado MIT. Veja o depoimento de um dos envolvidos no início deste projeto:

Para cada um desses três terminais, havia três diferentes conjuntos de comandos de uso. Se o usuário estivesse falando online com alguém no SDC e quisesse falar com alguém em Berkeley ou no MIT sobre isso, teria que levantar do terminal do SDC, ir até outro terminal, conectar-se e então fazer o contato5.


Essa rede foi crescendo paulatinamente, e tornou-se o que foi denominada ARPANET. Novos terminais interligaram-se à ARPANET, que é considerada o embrião do que hoje é a internet. Como o financiamento da ARPANET provinha de fontes militares governamentais, a colaboração internacional era escassa. Havia outras redes na Europa, Oceania e Ásia, que utilizavam outros protocolos de transmissão de dados, como X.25 e a UUCP. A união de redes dispersas foi possível devido à padronização do protocolo de transmissão de dados, o que ocorreu com o desenvolvimento do TCP/IP entre a década de 1970 e a primeira metade da década de 1980.


“O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação entre computadores em rede. [...] Seu nome vem de dois protocolos: o TCP (Transmission Control Protocol - Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP (Internet Protocol - Protocolo de Interconexão)6”. Protocolos, nesse caso, são espécies de softwares que determinam a maneira como os dados serão transmitidos pela rede, de modo que os computadores “falem a mesma língua” e consigam entender a maneira como essas informações estão sendo transmitidas. Esse conjunto de protocolos denominado TCP/IP apresenta alguns pontos fortes que merecem destaque.


Um deles é a comutação de pacotes, uma tecnologia de transmissão de dados entre diferentes computadores da rede. Significa que as informações digitais transmitidas são agrupadas em pacotes de dados que são enviados do terminal hospedeiro de modo a reuni-los novamente no terminal de destino. Outro ponto que merece destaque é o fato de que o TCP/IP, por meio da comutação de pacotes, centra a responsabilidade de envio e recebimento de dados nos softwares operantes nos computadores da rede, e não na estrutura física da rede em si (hardware).


A partir do início da década de 1980, a internet deixou de ser restrita a ambientes acadêmicos e militares, e teve seu uso difundido comercial e pessoalmente. Isso foi possível devido ao surgimento de provedores de acesso a internet, que são pontos que distribuem o acesso à internet para consumidores terceiros. Esse não foi um processo rápido e imediato, visto que a internet era vista como um instrumento de pesquisa acadêmica e de defesa militar.


As conexões entre os computadores fisicamente distantes são estabelecidas por meio de cabos de fibra ótica (inclusive cabos submarinos) e também via satélite.



5 Entrevista com Robert W. Taylor. In: MARKOFF, John. An internet pioneer ponders the next revolution.

6 WIKIPEDIA.
TCP/IP.

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